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Projeto Quintas Dialógicas em Campina recebe Maria Valéria Rezende e debate ‘Carta à Rainha Louca’

publicado: 05/06/2019 08h55, última modificação: 05/06/2019 08h55
Em "Quintas Dialógicas" Maria Valéria Rezende falará sobre sua obra "Carta à Rainha Louca"

O projeto Quintas Dialógicas – realizado pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) -recebe nesta quinta-feira, dia 6, às 20h, Maria Valéria Rezende. A escritora participará de um debate sobre o seu livro ‘Carta à Rainha Louca’. O evento é gratuito e acontece no Cine-teatro São José, em Campina Grande. Aos 76 anos de idade, a autora paulista (radicada na Paraíba há quatro décadas) é destaque nacional nas áreas de contos e romances, já tendo conquistado o Prêmio Jabuti algumas vezes.

‘Carta à Rainha Louca’ - que saiu pela editora Alfaguara, da Companhia das Letras - é um romance que se passa na Olinda (PE) de 1789. Isabel das Santas Virgens, presa no Convento do Recolhimento da Conceição, escreve à rainha Maria I, aquela que ficou historicamente conhecida como a Rainha Louca. Em suas cartas, ela, tida por muitos como também com problemas mentais, conta as opressões exercidas pelos homens da Coroa contra mulheres, escravizados e outros vulneráveis.

Por meio dos tormentos passados por ela e por sua senhora Blandina, a narradora expõe o pano de fundo da colonização brasileira e da situação da mulher que ousava desafiar. A história faz um link com o empoderamento das mulheres e a luta feminista. “As coisas ainda têm é de mudar muito...  Pois a diferença nem sempre é grande entre o que se passava no século XVIII e hoje!”, disse Maria Valéria.

Em novembro do ano passado, Maria Valéria esteve em São Paulo, para acompanhar a entrega das premiações do Jabuti.  Concorreu com ‘A face serena’, publicado pela editora Penalux e conta com 37 contos. É um livro sobre amadurecimento e a difícil relação familiar. Esse exercício relatado no livro revela o nascedouro afetivo de outras descobertas, inclusive da violência dos sentimentos humanos, como inveja e ansiedade.

Maria Valéria Rezende nasceu em Santos (SP), mas é radicada na Paraíba desde os anos 1970.  Ela, ano passado, disputou o Jabuti na categoria Contos. E não foi a primeira vez que Valéria teve indicação. A autora já é conhecida como ‘papa Jabuti’ e tem uma pequena coleção de estatuetas em casa, na capital paraibana.

Na categoria Conto, Valéria disputou com Itamar Vieira Junior, Chico Mendonça, Juliana Monteiro Carrascoza e João Anzanello Carrascoza, Alexandre Arbex, Olavo Amaral, Maria Fernanda Elias Maglio, Gustavo Melo Czekster, Ariane Severo e Marlene de Lima.

Maria Valéria Rezende é autora de vários livros, como ‘Outros cantos’, ‘Vasto mundo’, ‘Quarenta dias’. Formada em Pedagogia e em Língua e Literatura Francesa, e mestre em Sociologia, trabalhou durante 20 anos como educadora em movimentos e organizações populares urbanas e rurais e na formação de educadores. Em 2001, começou a publicar ficção e poesia para adultos, jovens e crianças, tendo recebido importantes prêmios nessa área.

O projeto Quintas Dialógicas é uma iniciativa da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc). A ideia é promover um debate franco e aberto entre a sociedade, artistas e acadêmicos, trazendo consigo a ideia de multidisciplinaridade, trabalhando diversos temas que possam se relacionar com o conceito de cultura, no âmbito da sociológica, filosófica, midiática, computacional etc. A proposta busca fomentar a formação intelectual e artística dos participantes.

Serviço

Quintas Dialógicas – Campina Grande

Participante: Maria Valéria Rezende

(Debate sobre o livro ‘Carta à Rainha Louca’)

Data: 06/06 (quinta-feira)

Hora: 20h

Local: Cine-Teatro São José

Entrada: gratuita