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Funesc se reúne com a classe artística, tira dúvidas sobre Lei Aldir Blanc e inicia debate sobre ações para a programação dessa fase e de 2021

publicado: 25/07/2020 12h38, última modificação: 25/07/2020 12h43
Reunião com a classe artística e cultural

Em meio a uma pandemia que gerou a necessidade de isolamento domiciliar e fechamento momentâneo de equipamentos culturais, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) realizou, ontem, uma reunião virtual com a classe artística e cultural para direcionar a programação das atividades nessa fase de pandemia e ainda a agenda de ações para 2021. Um terceiro ponto foi uma conversa técnica sobre a Lei Aldir Blanc.

O debate reuniu uma centena de representantes de diversos setores culturais (como música, teatro, dança, circo, cultura popular, cinema, artes visuais e literatura, membros da equipe da Funesc, tendo como debatedores convidados Pedro Santos (Gerente Executivo de Articulação Cultural da SECULT-PB e Secretário Executivo do FIC Augusto dos Anjos) e Ricardo Bezerra (Coordenador da Assessoria Jurídica da FUNESC e membro da Academia Paraibana de Letras Jurídicas).
Artistas e ativistas culturais de diversas cidades da Paraíba, como João Pessoa, Campina Grande, Ouro Velho, Sousa, Vieirópolis e Cajazeiras participaram da conversa, que durou cerca de três horas (através de um aplicativo de videoconferência e com transmissão via canal da Funesc no YouTube – que já teve cerca de 300 visualizações). Aqueles que não conseguiram se inscrever para a sala da reunião puderam interagir, sugerir ações e tirar as suas dúvidas através do chat do YouTube.
“Agradeço pela possibilidade de diálogo. Somos uma instituição que tem grande proximidade com os artistas. Já identificamos a possibilidade de assessoramento jurídico e também a estrutura contábil para a aplicação dos recursos da Lei Aldir Blanc. Como equipamento à disposição da comunidade artística não poderíamos nos omitir”, disse Walter Galvão, presidente da Funesc, durante a reunião com os artistas.
Galvão falou que o planejamento da Funesc para 2021 começaria em outubro, mas percebeu a necessidade de antecipação. “Vamos organizar a retomada e estamos iniciando uma assembleia permanente. Uma bolsa de ideias. Estamos à disposição da comunidade para acolher propostas e discutir soluções”, declarou ele, em conversa com a classe artística.
A vice-presidenta Raísa Agra enfatizou a importância do diálogo e dos estudos estratégicos neste momento de pandemia. "É um momento para escutar ainda mais a classe artística. Espaços estão se adaptando a essa nova realidade. Estamos finalizando o protocolo de como será a retomada dos equipamentos da Funesc”, disse ela. A gestora lembrou que, em 2019, foram 11 editais publicados pela Fundação, praticamente um por mês. “Somente no primeiro semestre de 2020, a Funesc estava em seu sétimo edital. O último deles foi o Meu Espaço, que deu uma resposta rápida e urgente para beneficiar os artistas".
Em sua fala, Pedro Santos destacou que os recursos da Lei Aldir Blanc (R$ 37 milhões) para a Paraíba serão gerenciados pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult). “Estamos estudando os melhores mecanismos para que os recursos possam chegar nas mãos de quem precisa e com menos burocracia”, disse Pedro, garantindo ainda que o diálogo com os artistas será intensificado e que o processo de cadastramento chegará ao maior número possível de profissionais.
O advogado Ricardo Bezerra reforçou a necessidade de segurança jurídica. “Somente a regulamentação da Lei Aldir Blanc pode tornar claro quais demandas poderão ser atendidas. Para quem vai receber a título emergencial é tranquilo. Mas para os espaços culturais é um pouco mais complicado porque há muitas brechas sobre responsabilidades futuras e prestações de contas”.
Os artistas se mostraram preocupados com este momento e propuseram a intensificação e manutenção do diálogo. Para o ator e diretor Antônio Deol, este é um momento em que as instituições culturais, mesmo fechadas fisicamente precisam se abrir mais para ouvir aquilo que pensam os segmentos culturais. “Melhor forma de otimizar o debate é abrir para a sociedade civil”. Disse Antônio Deol, parabenizando a iniciativa da Funesc.
Caio Ceragioli comentou em sua fala que somente um processo de aglutinação das instituições é capaz de tornar esse período mais fácil e funcional para a classe artística. “Quanto mais conseguirmos unir secretarias e fundações melhor será”. Há uma preocupação do segmento principalmente com relação aos artistas periféricos e do interior do Estado, conforme o cantor Preto-A-Silva e a ativista Angela Gaeta.
Para o ator Buda Lira, essa ideia de união também é fundamental. “A Funesc não deve ser apenas uma receptadora de eventos. Precisa otimizar o processo cultural e a reunião de artistas em diversos programas, como o Cambada”.
O ator e diretor Hipólito Lucena cobrou – em sua fala – maior atenção às ferramentas da Fundação Espaço Cultural em cidades do interior. "Entre João Pessoa e o Sertão tem Campina Grande...", disse ele, aludindo à necessidade de ações em todas as partes do Estado.