Notícias
Funesc é parceira na realização do 37° Salão do Artesanato Paraibano
Contando com uma megaestrutura, o 37° Salão do Artesanato Paraibano, evento realizado pelo Governo da Paraíba, será aberto na próxima sexta-feira, dia 12 de janeiro. A Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) é uma das parceiras desse grande evento e estará presente na coletiva de imprensa que será realizada nesta terça-feira, dia 9, a partir das 10h, em Tambaú.
Programação do Salão vai até o dia 4 de fevereiro no estacionamento do antigo Hotel Tambaú, na Orla Marítima de João Pessoa. Nesta edição, toda a riqueza artesanal dos quilombos estará em evidência, com o tema "Quilombo, arte à flor da pele". A Funesc é responsável pelas apresentações artísticas do Salão (com entrada gratuita para o público nos 24 dias de atividades), cuja lista é protagonizada por artistas pretos e pretas.
Bia Cagliani, presidenta da Funesc, disse que a Fundação contratou dezenas de artistas (em diversas áreas de atuação). O show de abertura, de acordo com Bia, será feito pela cantora Sandra Belê. “Essa parte musical também contará - nas mais de três semanas de Salão - com nomes como Nathalia Bellar, Filosofino, Tambores do Forte e Vó Mera”, falou a presidenta, enfatizando que as atrações não serão apenas na área musical, mas também na cultura popular, contação de histórias e cordel.
Ela também destacou a importância para a cena cultural paraibana, pois as apresentações acontecerão em um evento com centenas de expositores e que deve atrair mais de 100 mil visitantes de várias partes do Brasil e até do Exterior (uma vez que esse é um ‘período de alta’ para o turismo paraibano). “Muito nos honra poder colaborar com um evento dessa magnitude, explicitando também através das apresentações artísticas a força de nossa cena cultural”, disse ela.
Homenagem e inclusão — O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, em 1888. No entanto, a existência de quilombos como espaço de desenvolvimento e resistência era registrada desde 1580, com o surgimento do Quilombo dos Palmares, um dos mais conhecidos da história. Aqui na Paraíba, são 46 comunidades quilombolas com certificação, espalhadas por 25 municípios, entre os quais Santa Luzia, no Sertão paraibano, e Serra Branca, no Cariri.
E é justamente toda essa riqueza que os visitantes da 37ª edição do Salão do Artesanato Paraibano vão ter a oportunidade de conhecer, por meio de peças de cerâmicas, autênticas obras de arte, um contato intenso com a história. O artesanato quilombola é uma expressão da cultura, da ancestralidade e da identidade dessas comunidades, símbolo de resistência e de valor humanitário inestimável. Autênticas obras de arte, toda a produção artesanal é feita de materiais naturais, tradicionais e afetivos, refletindo as crenças e os valores dos quilombolas.
Entre as principais tipologias existentes nas comunidades quilombolas, estão a cerâmica, feita há séculos, com barro, água e fogo e utilizada no cotidiano da comunidade; o trançado, feito com fibras naturais, como palha, cipó e madeira, resultando em uma variedade de objetos, como cestos, chapéus, bolsas e tapetes; a tecelagem, com a confecção de tecidos com algodão, linho e seda; e a pintura, retratando principalmente o cotidiano e o respeito que os quilombolas têm pela natureza.