Theatro Santa Roza


O Theatro Santa Roza é o mais antigo da Paraíba e o quinto do Brasil. Inaugurado em 3 de novembro de 1889, recebeu o sobrenome do então presidente da Paraíba, Francisco da Gama Roza. Foi palco de importantes acontecimentos artísticos e históricos do estado.

A sua construção foi oficialmente iniciada em 2 de agosto de 1852, através da Lei Provincial Nº 549, durante o governo de Francisco Teixeira de Sá. A edificação ficou sob a responsabilidade da Sociedade Particular Santa Cruz, sendo seu levantamento suspenso em 1882, por falta de recursos financeiros. A obra foi retomada durante a gestão de Francisco da Gama Roza.


 

Monumento arquitetônico

 

O espaço foi inaugurado no dia 3 de novembro de 1889, com a apresentação do drama “O Jesuíta ou O Ladrão de Honra”, de Henrique Peixoto. Doze dias depois da abertura do teatro, foi proclamada a República no país e Francisco da Gama Roza perdeu seu mandato, sendo o último presidente do Império no estado.

Ao assumir o primeiro governo republicano na Paraíba, Venâncio Neiva mudou o nome do local para “Teatro do Estado”, ato posteriormente revogado. João Pessoa, então candidato à vice-presidência, quis alterar a sua localização por considerar aquela área, na época, marginalizada. Todavia, ele foi assassinado antes de conseguir executar o seu plano.

Durante os primeiros anos do século XX, o Santa Roza funcionou como cineteatro, exibindo espetáculos cinematográficos como o “Bióscopo Inglês”, de Mauro Quineau, “A Vida de um Pintor”, e “Os Dois Pequenos Vagabundos”, de Victor Di Maio. “Todos ao Cinema Santa Roza!”, foi o brado feito pelo jornal A União em publicação de 7 de julho de 1914.

O edifício, voltado para o Sul, está situado no antigo Campo do Conselheiro Diogo, hoje, Praça Pedro Américo no Centro de João Pessoa. O Teatro que tem 412 assentos é um monumento representativo da arquitetura civil de seu tempo, tem estilo neoclássico com influência greco-romana. Para a construção das paredes foram utilizadas pedras calcárias e, para os camarotes e revestimento interno, madeira nobre do tipo Pinho de Riga.

Foi no Santa Roza, em uma assembleia, que formularam a bandeira da Paraíba, com suas cores em preto e vermelho e o nome “Nego”. O local também foi palco, em 4 de setembro de 1930, de uma tumultuada e histórica sessão da Assembleia Legislativa da Paraíba, onde mudaram o nome da capital de Parahyba, para João Pessoa, através do decreto de lei Nº 700, em homenagem ao então presidente do estado assassinado em 26 de julho daquele ano.

O Teatro Santa Roza também é conhecido pelas diversas lendas que rondam o seu interior. A mais famosa das histórias ocorreu em 12 de junho de 1900, quando o mágico sueco Jau Balabrega e seu assistente Lui Bartelle morreram durante um malsucedido ensaio da “Dança das Serpentinas”, que seria apresentada naquela noite. O projetor movido a querosene, em precário estado, explodiu no colo de Balabrega. Conta-se que os fantasmas dos dois vagam pelo prédio. Também fala-se sobre os porões da casa, onde, antigamente, escravos eram torturados e executados e mulheres eram violentadas. Não há comprovação oficial sobre esse contos e aparições.

Uma outra polêmica envolve o nome do teatro, devido ao uso das letras “S” e do “Z” na grafia da palavra Roza. Uns defendem que deve continuar com Z por ter sido uma homenagem ao então governador Francisco da Gama Roza e outros, com S, a forma etimologicamente correta, proveniente do latim rosa. Na fachada do prédio, a denominação Theatro mantém a origem grega desse termo.

Em 2 de dezembro de 1998, o Teatro Santa Roza foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), conforme o decreto Nº 20/36. É considerado um ícone da Paraíba e está vinculado a Fundação Espaço Cultural (FUNESC), sob responsabilidade do Governo do Estado.

O espaço passou por diversas intervenções, mas sempre com a preocupação de conservar o estilo original. Na mais recente, iniciada em 2012, diversas obras foram executadas, como a recuperação da cobertura, o polimento do piso em taco de madeira, a restauração e substituição de janelas e portas, assim como da fonte lateral, a modernização da instalação de prevenção e combate a incêndio, desenvolvimento de um novo projeto de iluminação da fachada e do entorno do teatro, entre outras melhorias. Os trabalhos na edificação foram concluídos em 2016.

O Teatro Santa Roza recebe espetáculos teatrais, de dança, música, consertos, recitais, entre outros. Em sua história, importantes peças paraibanas foram estreladas em suas dependências.

Em suas instalações ainda funciona uma Escola de Dança conhecida por formar várias gerações de bailarinos. O espaço tem sua história imortalizada nos livros “Santa Roza: Um Teatro de 120 Anos” (1989) e “Santa Roza: Um Teatro Centenário” (2009), ambos da jornalista e escritora Fátima Araújo. 

 

 


Localização e contato

Município: João Pessoa

Praça Pedro Américo, S/N, Centro

 theatrosantaroza@gmail.com / pautasantaroza@gmail.com